Xelele

Casa do Leonel Varela

Leonel Varela:
Eu acho que devíamos fazer muito mais ao nivel de arte para os São-Tomenses serem mais sensibilizadas. No meu punto de vista 65% dos São-tomenses não sabem o que é arte. Não somos só nós os artistas que sabemos o que é arte. Mas os São-tomenses.. muitas vezes que eu fico numa praça a pintar alguma coisa.. se as pessoas passarem dizem: "mosca-pinta é, mosca-pinta é! Esse gajo não esta a pintar nada! Isso não é nada!"

Alex-Keller Fonseca:
Quer dizer que esta a faltar alguma coisa?

Leonel Varela:
Falta alguma coisa.

Alex-Keller Fonseca:
Essa coisa é escola não é?

Leonel Varela:
Essa coisa é escola. Educação da população. Convidar as pessoas para eles pintarem também. Pessoas na rua. Mesmo as Palaiê. Os taxistas. Essa gente. Quer dizer, aonde há um fluxo de pessoas, levar os materiais. Criar um cenário ali. Mesmo na tela. Epa, cada um vem com o seu passasete. Quer dizer: incentivar as pessoas a gostarem de arte.

Leonel
Eu gostava muito o trabalho do Nezo. Depois vem o Malé. Mesmo Guilherme tambem. Mesmo René. Jesus. Mesmo Julio tambem.

Alex-Keller Fonseca:
Isso quer dizer todos mesmo?

Leonel Varela:
Sim. Olha falando de ti támbem! Eu ja vi vários trabalhos teus que fiquei sorprendido. Epa! Alex porra, já esta a começar na gema. É! São bons!

Alex-Keller Fonseca:
Se tiver que definir uma mensagem da tua arte, qual seria?

Leonel Varela:
Normalmente arte em São Tomé é definida por um nucleo só. Por um nucleo. Isso é uma coisa que não deve acontecer num país. Em um país arte deve ser expandida. Deve ser expandida para todos os artistas, para todas a localidades. Isso que é mais desenvolver de arte!


Na Loja Mama Africa

Um rapaz com a sua irma esta na loja as compras.

Rapaz:
Olha essa saca aqui! Essa saca aqui? Ves? E essa saca aqui?!


Na Embaixada do Brasil

Alex-Keller Fonseca:
Esse que ja é um outro, é da exposição. Esse que é um outro.

Funcionaria:
Belo trabalho. Essa que são as duas telas que voce fez, foi? Com dobradinha no meio? São duas telas juntas?

Alex-Keller Fonseca:
Sim, duas telas juntas.


Uma montagem das pinturas di Alex-Keller Fonseca acompanhado pela musica do Guilherme de Carvalho.


Na CACAU

Euritce Jorge:
Problema é que voces homens respondem para voces homens e eu vou ter que me defender.

Catita Dias:
Quando a mulher esta subir acima da tua cabez a nivel do trabalho que estou a fazer n vais ter cabelo. Vais ter a gaja acima de ti. Pronto! Estou te falar a serio. Uma coisa que incomida bastante por exemplo quando a mulher diz que ela esta a procura de direitos iguais. Em vez de direitos iguais dele por que um homem deve ter .. Ouve.. estou a falar de mim, depois falas tu.. Porque o homem deve ter uma mulher concordo plenamente contigo que o homem so deve ter uma mulher como voce deve ter so um homem.


Na Casa do Alex-Keller Fonseca

Euritce Jorge: Nos estavamos a falar de um quadro que ele esta a pintar que diz que a mulher hoje em dia esta a subir a cabez do homem. Nao e assim que o quadro esta a dizer? E ele esta a pintar o homem de testa para baixo. Eu disse ele nao. Nao e questao que as mulheres estao a subir a cabeza dos homens nao. Dizem que ha democracia nao e, que os direitos sao iguais. Mas os direitos nao sao iguais. Ha coisas que nao sao iguais. Isso que estavamos a discutir.

Alex-Keller Fonseca:
Dizem quem tem muito e sujeito a cor nao e e verdade mas eu, eu nao sei. Se acontecer epah, nao e em mim que ta a foder mas sim em ela. E pronto. Ela esta a sujar a ela. Ela que sabe..

Euritce Jorge:
A minha mae diz, cada um tem que tender as suas coisas.

Alex-Keller Fonseca:
Ahh. entao!

Euritce Jorge:
Nao vale pena eu te impedir. A minha mae fala assim: nao vale pena eu te impedir.


Na Cacau

Catita Dias:
Eu nao quero dizer que eu estou somente a responder por os homens. Eu estou tambem a pensar em voces. Quando digo que uma mulher esta por cima de.. esta na goma para cima.. porque ela já é a cabez mais a testa, nao e? Eu nao estou a refeir so aos homens. Posso tambem trabalhar isso sa das mulheres. Por que ha homens que ja tambem estao aqui no topo.


Na Mama Africa

Alex: Puxa! Puxa!
Moxa: Para que?
Alex: Agora sim! Fogo essa gaja pa! Essa coisa tem que estar bem pausada assim! Epah, Kris, uma foto na gaja. Fotografa agora! Um movimento. Fica quieta, xe!

Moca: Xe!
Alex: Fica bonito!
Alex: Aqui tio nao fica saber nao!
Moca: Xe! Tio nao fica saber como?
Alex: Tio vai saber como?
Alex: Eu tenho uma cadeira especial aqui para tu posares.
Alex: Naoe? A serio. Vai ser bue fixe.
Alex: Nao queres fazer naquele espaco?
Moca: Nao sei.
Alex: Hoje nao. hoje nao.
Moca: Entao como?
Alex. Naquele dia.
Alex: Aqui, aqui tou a dizer.
Moca: Aqui nao, eu moro la cima!
Alex: O Espaco onde eu pinto e aqui.
Moca: Voce pinta aonde, aqui?
Alex: E aqui.
Alex: Ve esse Goody ai. Esse que e o meu guardiao. Agaourrou-me. Anda ca pa!

Moca: elas te disseram que tou gravida?
Alex: Ela te viu.
Moca: Voce ve me como?
Alex. Gravida, assim.
Moca: Xe!
Alex: As dua ali!
MOca: Nao, e a Zulmira!
Alex: Entao, sao gemeas?
Moca: Ela e parecida comigo! Aaaaa!


Na Casa do Alex-Keller Fonseca

Euritce Jorge: Voce que vem para Sao Tome que vem me dizer que eu nao sei dancar?

Alex-Keller Fonseca:
Olha ai, muitas a vezes da mesmo para ir..

Euritce Jorge:
Nao sabe..

Alex-Keller Fonseca:
Europa tem escola de danca, sabes disso?

Euritce Jorge:
Ei! Nao sabe! Kris nao sabe dancar! Ainda por cima vem me dizer que eu nao sei dancar. Eu acho isso muito engracado. Disse a Kris, voce nao pode ser. Nao sa be dancar…

Alex-Keller Fonseca:
Vosso encontro, muito doce, muito bom. Ou, Kris?

Euritce Jorge:
Vamos dancar, nao estou cansada nao. Nao sabes dancar, e isso,


Na Casa do Leonel Varela

Leonel Varela:
Proprio governo devia criar um cenario. Criar escola de belas artes mesmo aqui em sao tome. Sao Tome nao tem nenhum escola de belas artes. A nao ser o Joao Carlos mais o Male quem tem espacos e as vezes ate incentiva as pessoas fazer workshop, convida ou que.So! Mas tinha que have uma escola de belas artes para as pessoas. Para falar de patrimonio a unica coisa que posso falar de patrimonio e uma coisa que gosto muito mais do meu coiso. E o tchiloli, Tchiloli marcame muito. Quer dizer, gosto muito de tchiloli, Em varios cenarios.

Alex-Keller Fonseca:
Nos temos Puita, Ussua, Socope?

Leonel Varela:
Sim. Mas o tchiloli marca-me mais. Jesus. Aló, Jesus!

Alex-Keller Fonseca:
Interessante.

Leonel Varela:
Estou ca. O Kris mais o Alex ja estou ca na minha casa. Comeca a arrumar a casa la tambem, Sim, porque eles estao a subir para desarrumar a tua casa la. Entao espera, eles vao vao vao subir. Ya, ok, ate ja.


Na Casa do Jesus Quaresma

Jesus Quaresma:
Na primeira exposicao que eu fiz, as pessoas ficaram espatandas. Isso e o que? Sao coisas exoticas. Ha pessoas que nao estao habituados a arte. Entao comecarama a dizer, isso e o que? Pa isso e nada pa! O maior desafio e aceitacao. Aceitacao. Por exemplo eu faco esse trabalho. Eu gosto desse trabalho. Esse trabalho me inspira. Eu quero ele assim. Mesmo que vem algum cliente e dis. Epah, eu querria uma palaye. Digo, nao, nao tem Palaye. Se quiser, pode encomendar uma palaye e eu faco palaye para si. Mesmo que a pessoa nao aceita, eu nao me interessa. E o que eu quero fazer e ponto final, acabou! Portanto, e eu acho que arte e aqui, em esse ponto aqui. Já trabalhei muito sobre a puita. Puita, ja. O carnaval, o nosso carnaval tipico. Que e uma coisa que as pessoas estao a esquecer. Estao a entrar no mundo brasileiro, nao sei que. E estao a esquecer o nosso carnaval tipico. Que sao 3 ou 4 pessoas que tocam guitarra, cantam musicas tradicionais. Tocam lata. Portanto..

Alex-Keller Fonseca:
Se chama de trundo, nao e?

Jesus Quaresma:
Sim, trundu.

Alex-Keller Fonseca:
E Trundu, neste caso em dialecto, é carnaval?

Jesus Quaresma:
Carnaval, sim.

Catita Dias:
E o que eu estava a falar ontem sobre educar por exemplo a nossa populacao.

Jesus Quaresma:
mhmh.

Catita Dias:
E nao fazer exposicao para convidar. Porque eles nao tem esse meio, nao tem aquela coisa toda que falta condicoes.

Alex-Keller Fonseca:
Ya ya ya.

Catita Dias:
Mas se nos fizessemos numa praca publica. Ou pelo menos num mercado ali a pintar dentro de um mercado tambem com toda a populacao mesmo existe 15 ou 10 pessoas com criticas negativas mas com 100 por ai com criticas, coisas boas. Vai haver uma gande movimentacao.

Alex-Keller Fonseca:
Olha, é verdade que com critica mesmo que nos desenvolvemos certas coisas.

Catita Dias:
Vai ser uma coisa increivel.

Catita Dias:
Iniciativa e assim. Pintar com todos os artistas e uma coisa nenhum jornalista ninguem ainda fez em Sao Tome.

Jesus Quaresma:
Nao, ninguem.

Catita Dias:
Ninguem fez. Se nos invadimos o mercado Cococo. Com aquela populacao toda que existem.

Jesus Quaresma:
Mhmh. mhmh. Cria mais impacto.

Catita Dias:
E cada artista a pinta num canto. Vamos ter uma coisa.. E increivel. Vou repetir. E increivel.


Chegando Para Mama Africa

Alex-Keller Fonseca:
Ah, tas no trabalho? Boa, entao. Boa. Ya, ya. Eoa, estasse bem. Tudo bem. Juntos sempre. Vem uma amiga. Tas com medo de camera, xe? Ohhhhh.


Na Embaixada do Brasil

Funcionaria:
Eu quero ver aonde vou por televisao. Faca as imagens. Entendeu? Nao da exposicao pois o exposicao nao esta montada. Mas sim sua. Sua foto. Mesmo. Entendeu? Com o teu curriculu passando. Que eu nao quero fazer como o Cristiano fez. O Cristiano em vez de me dar ele passou por si ele fez sozinho. Qualquer coisa copia e salva como. Mas poe .doc. Esse .rtf que voce tem no final, esse tira. Poe doc. Para ver se o .doc o abre aqui ou nao. Pode ser o .doc so. Epa, tens que bater de novo. Se voce abre um arquivo, tenda salvar como .doc. Se nao, e problema. Poe email direto se for o caso. Copia la. Encaminha para mim. Ai eu faco copia do email e ja abro.


Na Casa do Julio Franciso

Julio Francisco:
Ali tem uma senhora com cesto na cabeza e tem..

Alex-Keller Fonseca:
Vinho da palma?

Julio Francisco:
Nao, este e aceite da palma. Oleo da palma. Oleo da palma. Depois tem peixe. Depois temos fruta. Pao. De Sao Tome. E entao se a gente concluir, a gente mistura tudo isto. E um prato tipico de Sao Tome e Principe.

Julio Francisco:
Falando de Palaye. Ate que parece uma coisa muita antiqua. Hoje fala-se supermercado nao sei que que que e essas coisas. E como aqui isso esta a continuar, eu quero que isso na desapareca. Isso e cultura. Esta dentro da cultura. Esta dentro da cultura porque os outros lado onde tu vais ja nao apanha isto. Ah, nao apanha isto. Isto e quer dizer uma cultura que nos devemos preservar. Por isso eu gosto muito de pintar palaye. Eu pinto as com muito amor. Nao no sentido de tristesa porque eu hago esse esforco ou sentimento ou que. Mas divulgacao de uma coisa que esta preservada.


Na Casa do Dio Lima

Kris Haamer:
Aqui nao tem motoquero?

Moca:
Nao, aqui nao.

Dio Lima kujutab Palajeesid oma toodes, kuid see on esimene kord kui ta uhega vestleb.

Palaye:
Peixe de mamba e um peixe muito importante. Ele e um peixe muito bom. Fica muito bem assado.

Dio Lima:
Estou aqui para mostrar o que eu faco. Voce vive na realidade que eu faco.

Dio Lima:
A mulher e a pobreca. Porque o que faz parte da nosso cultura. A cultura de um povo. Quem esta la presente e a gamada mais basica. Quem vai por exemplo a danco-congo, quem vai a socope, quem vai a tchiloli. Isso que a nossa cultura. Exprimir a mulher. Que a nossa mae. Que e a nossa cultura. Ela faz parte dentro da nossa cultura. Germante a Palaye anda descalco kilometros e kilometros. E e isso que eu retrato aqui. De tanto sacrificio. Pe de raxado ou pe de gravana lhe trata sacrificio. Que elas tem para sustento da sua vida. Creio que vem um pouco de modernidade. Porque que leva uma mulher a fazer e a gamela nao e? E ai nao leva gamela.
Meu patrimonio e o meu coracao. A mulher que eu gosto. E o que deus me deu. Que e o que esta dentro da minha cabeca. Que eu tento divulgar para as pessoas para sentirem que eu estou vivo e eu estou aqui para mostrar quem eu sou.


Na Galeria da Olie Ribeiro

Olie Ribeiro:
O titulo desse quadro fala Festa de Gamela. Festa de Gamela tem a ver com Palaye. Palaye e a nossa mae nao e? Mae Africana. Tem a ver com a dificuldade que elas passam. Dia a dia, para criar os seus filhos. Desarrascando um pao de cada dia para o sustento dos seus filhos. Sem ajuda do marido. Ela mesmo pai, ela mesmo mae.
Mulheres Africanas, do jeito que elas vivem. A dificuldade que elas passam. Para criar os seus filhos ganhando pao. Para dar aos seus filhos na educacao, na saude, na alimentacao sem ajudar do seu marido.

Dio Lima: Ela comecou a desenhar-se e dali eu vi que ela tem um jeito e lhe disse entao porque voce nao pinta. Epah, nos ja estamos eu sou artista e porque tendo uma namorada que e artista em Sao Tome e tudo tudo o que eu quero entao ai foi..


Na Casa do Catita Dias

Catita Dias:
Que pinta, nao. Mas que pinta com tinta, como eu vinha a brincar, sim, sim.

Alex. Mas, estou a dizer por alem de ti, sem tem alguem, se for da mais alguma pessoa que seja da familia neste caso? Parentes, sei la?

Catita Dias:
Mesmo, como artista plastico?

Catita Dias:
Nao, nao. Nao tenho parentes que sejam artistas plasticos, nao. Mas vem como musico. Vem da parte da arte tambem que gosto imenso. Tambem faco musica. Tenho musicas feitas. Na parte ali ainda toco mais na inspiracao e o que me toca. O que eu quero fazer. O que eu me sinto bem a fazer.

Alex-Keller Fonseca:
Quer dizer que a musica te inspira tambem.

Catita Dias:
A nivel da pintura plastica, sim, sim. Faz.

Kris Haamer:
E esse ultimo trabalho que estas aqui a pintar agora. Qual e o conceito, qual e a historia, porque esse quadro?

Catita Dias:
Esse quadro tem a ver com a distancia de.. quando uma familia para para ver o tempo. Ne?

Kris Haamer:
Parar a ver o tempo?

Catita Dias:
Parar a ver o tempo. E daquelas familias que nos a vezes chegamos a uma das rocas e estao assim parados. Nao por ver alguem novo a chegar. No por ver as coisas que estao sendo na zona. Mas ha coisas que eles vao pensando e querendo ver por alem de aquilo que eles vem. E o que retrato neste trabalho. Que e ver o tempo.


Na Boca De Inferno

Catita dias, Kris Haamer e Euritce Jorge estao a passear na Boca de Inferno.

Euritce Jorge:
Ah ah ah! Empurra um pocadinho, tava bom! Aaaaaaahhhhh!


Na Cacau

Suure interventsiooni plaanid ei materjaliseeru, kuid kunstnikud votavad osa CACAU uritusest opetada lastele taaskasutust labi kunsti.

Joao:
Aqui nao. Aqui nao vai filmar nada. Aqui dentro nao vai filmar nada. Aqui nao. Perecebeu que estou a dizer?

Kris:
Porque nao?

Joao:
Aqui nao faz trabalho nenhum. Tira maquina daqui. Aqui nao vai filmar nada. Estou a falar para si. Aqui nao filma. Tira-me isto faz-favor. Esta maquina daqui.

Kris:
Espera, espera.

Joao:
Anda. Espera-espera o caralho. Anda la. Voce esta a perceber muito bem o que estou a dizer. Anda la.

Joao:
O, seguranca. Este senhor nao filma aqui dentro nada, nada aqui dentro. Ta bem? Este senhor nao filma nada aqui dentro. Anda la. Ai, filma ai. Filma para ali.

Kris:
Qual e..

Joao: Q
Qual é o caralho! Aqui nao filma!


Jesus & Julio a tocar guitarra. Imagens do Alex e Rasta e alguns jovens a criar trabalhos de reciclagem utilizando fios e pedras.


Na Casa do Miguel Angel

Miguel Angel:
Sou criativo hoje em dia devido a dificuldade. Dificuldade porque eu tenho vontade a fazer algo e nao tenho materiais adequados. E assim esforco. Crio forma, descubro forma. E isso tem levado o meu trabalho. Eu sinto que estou vivo. I isso e imporante. Isso e muito imporante. Estao os perguntas que estao ca. Porque a vida satisfatoria mesmo parece algo tao illusorio mesmo. Algo tao illusorio. Nos comemos, vivemos todos os dias. Saimos a festa, mas ha sempre um vazio. Que a gente precencher que nunca, nunca se consegue. Nos temos o essencial que e a vontade. De querer fazer alguma coisa. Mas pernas para poder andar. Da-se passo curto. A perna e curta. Aonde vinha e aonde vou parar. De todo viver. Toda vida satisfatoria parece uma illusao. Dificuldade e uma parte boa. Porque…

Kris Haamer:
Desafio?

Miguel Angel:
Mhmh. E um desafio. E a vida e sempre assim. E tambem a dificuldade faz homem descubrir ele proprio. Neste momento o nosso sonho causa nos dor. Que a gente nao consegue ir mas alem. A gente fica neste descontentamento. Essa dor. Tentar imaginar como e que seria.


Na Casa Mionga do Nelito Pereira

Laheme lounasse, Angolarese kinna, kus elavad Nelito Pereira ja Nezo. Musica Bulawe a tocar no Hiace. Imagens do Alex e mae com filhos dentro do Hiace. Imagem do quadro do Alex de uma mae jovem sobre imagem de uma mulher na janela.

Alex-Keller Fonseca:
Mas o carro que voces tem e digamos carro vosso, nao e?

Nelito Pereira:
É. Ha um transporte publico aqui na zona do ministerio… que fazem ligacao com Angolares.

Nelito Pereira:
Nas minhas obras o que tento transmitir mais.. e o lado positivo das pessoas. O verde que a gente tem aqui. O Danco Congo de ali da cidade de Angolares diferencia muito do Danco Congo da capital. Quina So. Bulawe.


Na Casa do Nezo

Alex-Keller Fonseca:
O estado a falar nisso, a fazer um gesto?

Nezo:
Mas nao chega. Porque é preciso envolver toda a sociedade Sao-Tomense. Os empresarios. Sociedade civil. Porque? Porque e preciso que estado aprova uma lei. A lei do mecenato por exemplo. Que permita a participacao de empresarios neste tipo de actividades. O estado cria uma execao fiscal, um beneficio qualquer para o empresario como contrapartida em relacao a participacao dele em qualquer evento desportivo ou cultural. E e preciso que o estado um dia qualquer venha a eleger qualquer tipo de actividade cultural como estrategia. Brasil vende muito arte. E uma fonte de receita para o Brasil. Cuba, por exemplo. Quem nao conhece Cha-Cha-Cha, Salsa, Son? Nao e? Tamebm e um produto que se pode vender. Hoje a musica tambem faz parte de uma industria. E uma industria que vende bastante.

Nezo:
Pintamos tambem para as outras pessoas. Quer dizer que existe uma interligacao, nao e? Ha uma interacao entre o artista que produz mais o publico. E nos estamos a criar uma identidade ao nivel da belas artes. Nao e? E um percurso feita por muito pouca gente. Ha muito pouco documento em relacao aos artistas que nos antecederam. Mas nos estamos a fazer a nossa parte.

Nezo:
Telefone toca: Guilherme. Alo, Guilherme. Epah, como. Eu ligue para voce, voce nao… Eu liguei, voce nao viu chamada no teu telefone? E, ontem. Liguei ontem. Ya, ta tudo bem. Nao, eu vou mais tarde. E, eu sei, e dia 21. O lancamento do teu disco. Ya.


Na Casa do Guilherme de Carvalho

Musica por Guilherme de Carvalho a tocar no lancamento do seu disco.

Guilherme de Carvalho: Posso dizer, acabar a pobreza para que vivermos totalmente felizes. E bem, todos nos tem uma cas. nao e? Que e o minimo que devemos ter. E digna, nao e? Es calhar e isto… acordar e ver isto para a minha maior felicidade.


Näituse päev jõudis kätte. Õhtul. Alex-Keller kutsuti esitlema oma naitust Angola pealinnas Luandas. Luandas andis Alex-Keller intervjuu kahele telejaamale — siin on koht kus neid naitame, niipea kui onnestub materjal hankida.


LISBOA

Imagens de Alex em varios partes da cidade. Do pai e Alex.


Alex-Keller Fonseca:
Na verda a minha vida e uma manifestacao dos pensamentos que circulam a minha mente. Atraves das minhas obras pretendo expressar o quotiadiano e o renascimento da mae Africana. Com todo o seu sufrimento e incerteza cuja tradiciones irao reflectir-se no novo mundo atraves das criancas.


Alex-Keller Fonseca:
Zandindin-zandandandan e canaeee..

FIM